A Copa do Qatar chega ao fim no próximo domingo, dia 18 de dezembro, infelizmente sem o Brasil na final. Foi um Mundial controverso desde a escolha do país sede, mas tirando todas as polêmicas, temos um fator positivo: a sustentabilidade. O objetivo era ser a primeira competição deste tipo neutra em carbono e para isso adotaram algumas medidas na construção dos estádios, na mobilidade, na acessibilidade e em diversas outras áreas.
Ao todo, oito estádios foram construídos para esse Mundial. E todos foram feitos a partir de materiais reciclados da demolição de estádios antigos. O estádio 974, por exemplo, tinha um design modular que usava contêineres de transportes reciclados e foi desmontado após a última partida. O Education City Stadium, um dos principais da Copa, possui 20% de seus materiais de construções identificados como verde, sendo um dos mais sustentáveis do mundo. É algo que esperamos que se torne uma marca da FIFA para os próximos mundiais.
Outro ponto que temos que destacar é a mobilidade urbana. Claro que neste caso devemos levar em conta o tamanho do Qatar, mas a forma como foi pensado o deslocamento, concentrando os estádios na região de Doha, ajudou e muito na preservação do meio ambiente. Além disso, o transporte ajudou neste caso, com linhas de metrô interligando os estádios e a implementação de ônibus elétricos. Basta lembrar de 2014, quando a Copa foi realizada no Brasil, para observarmos a diferença em relação ao deslocamento dos torcedores.
O uso de energia solar também foi um ponto positivo. Uma usina fotovoltaica, com capacidade de geração de 800 MW foi construída em um espaço de 10 km². E ela vai continuar funcionando após o Mundial, fornecendo energia limpa e renovável. Um legado que já é uma aposta no futuro sem as fontes de energia obtidas por meio da exploração do petróleo.
Promessas cumpridas ou não, o importante é que começamos a pensar em grandes eventos sustentáveis. Já passou da hora desse tema se tornar obrigatório antes da realização de qualquer competição. O futuro só será possível caso nos tornemos sustentáveis e acredito que o primeiro passo esteja sendo dado. No Brasil temos como exemplo o Rock In Rio, agora a Copa do Catar e tenho certeza que as Olimpíadas em 2024 e os próximos Mundiais seguirão a mesma tendência. Há esperanças e por aqui seguimos acompanhando!