Dalva Lazaroni de Moraes, nascida em Itaperuna, em 7 de novembro de 1945, é uma daquelas mulheres que vieram ao mundo para desafiá-lo. Em seus 70 anos de vida, a advogada, escritora, professora, ambientalista, mãe, avó e – como não poderia deixar de ser – uma ativista política. Dalva deixou um enorme legado para as gerações vindouras e trabalhou para o bem-estar das pessoas durante o exercício das suas diversas atividades.
Incansável na busca por conhecimento, na conquista de desafios culturais e na luta pela igualdade de direitos e liberdade de expressão. Dalva Lazaroni foi sempre uma mulher que sabia do seu papel de protagonista num mundo de forte machismo, tendo também se destacado no seu empenho pelas causas democráticas e humanitárias. Tudo que realizou foi com coragem, ousadia e competência.
Uma de suas inúmeras iniciativas de sucesso foi, em 2002, como presidente da Casa França-Brasil, uma das exposições mais comentadas da década, “Egito Faraônico: Terra dos Deuses”, em parceria com o MASP e com acervo trazido do Museu do Louvre, em Paris. Outra ação arrojada foi a valorização e divulgação da riqueza cultural da Baixada Fluminense bem no Centro do Rio, com a mostra “Devoção e esquecimento: presença do Barroco na Baixada Fluminense”. Milhares de fluminenses conheceram peças que eram verdadeiras relíquias e revelavam histórias surpreendentes daquela região.
Dalva Lazaroni buscou apoio no exterior e, em parceria com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, de Lisboa, Portugal, concretizou a exposição “Arpad Szenes + Vieira da Slva – Período brasileiro, que contou a trajetória do casal de artistas durante o período em que viveu no Brasil. Ela encerrou sua passagem pela Casa França-Brasil em 2004.
A escritora Dalva Lazaroni deixou 37 obras publicadas, entre elas: Azul Cobalto, gás mostarda, onde narra sua luta contra o câncer; as biografias da compositora Chiquinha Gonzaga e da professora Armanda Álvaro Alberto; Uma galinha Carioca da Gema; Quilombos e Tiradentes na Baixada Fluminense; entre outras.
Como política, Dalva Lazaroni foi uma das fundadoras do Partido Verde (PV); a primeira vereadora e secretária de Meio Ambiente do município de Duque de Caxias; candidata ao governo do estado do Rio de Janeiro; candidatou-se à vereança no município do RJ; em 2011 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), em Duque de Caxias. Em seguida, fundou a Escola de Formação Política Edinha Maia, com Biblioteca Pública, onde fomentou cursos e exposições sobre figuras importantes para a cultura e a história do Brasil.
A ambientalista dedicou-se a promover a proteção e a popularizar as causas que envolviam a área. Dalva Lazaroni foi grande amiga de Chico Mendes, Francisco Alves Mendes Filho, líder seringueiro, sindicalista e grande ambientalista, conhecido no Brasil e no mundo inteiro devido a suas lutas, assassinado em 1988, em Xapuri, no Acre. Dalva dedicou dois dos seus livros a Chico Mendes.
A mãe e avó Dalva Lazaroni foi amorosa, forte e corajosa, deixando grande exemplo de vida, de luta, de dignidade, além de incutir no filho André Lazaroni o amor pelo trabalho político e pelas causas ambientais e sociais. André Lazaroni afirma que sua mãe foi, é e sempre será sua grande referência na política e na vida.